O Altar de Nri: Explorando a Divindade Através da Forma e Símbolo!

No coração vibrante da Nigéria do século XV, onde tradições ancestrais se entrelaçavam com uma crescente expressividade artística, surgiu um artista extraordinário cujo nome ecoa através dos séculos: Nnamani. Suas obras, imbuídas de simbolismo profundo e maestria técnica, capturaram a essência da vida espiritual e material do povo Igbo. Entre suas criações notáveis destaca-se o “Altar de Nri”, um objeto ritualístico que transcende meramente a função prática para se transformar numa janela para o universo religioso e cosmológico deste povo.

O Altar de Nri, esculpido em madeira de ébano com detalhes minuciosos em cobre e marfim, é uma estrutura monumental que desafia as convenções estéticas da época. Seu design, assimétrico e dinâmico, reflete a crença Igbo na dualidade do mundo: o físico e o espiritual, o visível e o invisível. As formas orgânicas, sinuosas e ondulantes, evocam a energia vital que permeia todas as coisas, enquanto os padrões geométricos recorrentes simbolizam a ordem cósmica que governa o universo.

A estrutura do altar é dividida em três níveis distintos:

No centro do altar, erguendo-se majestosamente, encontra-se uma escultura da divindade suprema, Ala, personificação do poder criativo e da ordem cósmica. Sua figura imponente, com braços levantados em sinal de bendição, transmite uma sensação de paz e reverência. Ao redor dela, outras divindades menores, representando as forças da natureza e os ancestrais protetores, completam a cena ritualística.

As cores vibrantes utilizadas no altar – vermelho, preto, branco e dourado – carregam significados simbólicos profundos:

• Vermelho: Representa o sangue, a vida e a força vital.
• Preto: Simboliza a terra fértil, o mistério e a sabedoria ancestral.
• Branco: Expressa a pureza, a luz divina e a esperança.
• Dourado: Representa a realeza, a divindade e o poder espiritual.

O Altar de Nri não é apenas uma obra de arte espetacular, mas também um objeto carregado de significado cultural e religioso. Ele serve como um ponto de conexão entre os seres humanos e o mundo espiritual, um lugar onde as orações são direcionadas aos ancestrais e às divindades, buscando a proteção, a cura e a prosperidade.

Observar atentamente o altar, desvendando seus detalhes minuciosos e interpretando seus simbolismos complexos, é embarcar numa jornada fascinante através da cosmovisão do povo Igbo. É mergulhar num universo onde o sagrado permeia o cotidiano, onde a arte se funde com a religião, criando uma experiência estética única e profundamente tocante.

Nnamani, através de sua obra-prima, nos convida a refletir sobre a natureza da divindade, a força da tradição ancestral e a beleza intrínseca da cultura Igbo.